Parceria entre governo e população promove melhorias no Minha Casa, Minha Vida
Em Paulista, 1.128 casas estão sendo construídas com ajuda da prefeitura e dos moradores
No município de Paulista, no Grande Recife, a construção de um conjunto habitacional está sendo administrada por um movimento social. O terreno foi doado pela prefeitura da cidade, o que diminui os custos do empreendimento. Já o projeto é financiado pelo Minha Casa, Minha Vida, em uma linha de crédito que prevê parcerias entre entidades. A obra vai entregar 1.128 unidades habitacionais e é inspirada em uma bem-sucedida experiência adotada no Uruguai. No país vizinho, a ajuda mútua entre o estado e as cooperativas é fundamental para combater o déficit habitacional.
Lidia Bruni, coordenadora nacional das cidades do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), filiado à União Nacional por Moradia Popular, afirma que as obras realizadas com a participação dos futuros moradores têm um custo mais baixo e pode ter mais qualidade que um empreendimento comandado por uma construtora. Ela disse ainda que é possível aumentar a dimensão das unidades habitacionais de 48 metros quadrados para 55. Socorro Leite, a ONG Habitat Brasil, também acredita no sucesso dessa fórmula e defende que, em geral, a parceria tende a gerar mais soluções sustentáveis. Além disso, Socorro chama atenção para o fato de que os níveis de inadimplência diminuem quando a comunidade participa do projeto.
A ph.D em políticas sociais Eliane Dantas analisa que o Minha Casa, Minha Vida possui um molde de construção muitas vezes incompatível com a realidade do lugar e das pessoas que moram no local. Por isso, ela defende a maleabilidade do programa. Quem também se alinha a essa lógica é o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE), Roberto Montezuma. Segundo ele, a questão da moradia está diretamente ligada à cidade e aos serviços e condições urbanas oferecidos por ela.
Em cinco anos de existência, o Minha Casa, Minha Vida beneficiou a vida de milhares de pernambucanos, do litoral ao Sertão. Houve mudanças profundas na lógica de prioridades das polícias habitacionais do País. Mas o programa ainda precisa vencer o desafio de sanar o problema da falta de moradia e sobretudo da qualidade de vida que essas unidades habitacionais oferecem.